O ano de 2021 foi marcado pelo reposicionamento das marcas por conta da pandemia. Um novo estilo de vida se instaurou e transformou nossa sociedade. O comportamento das marcas, por conta dessa mudança social, teve que mudar. Nós nos vimos transformados por uma realidade imposta e não havia outro caminho senão buscar adaptação nesse novo cenário.
Empresas que não vendiam por delivery se viram obrigadas a aprender esse modo de operação e criaram novas rotinas dentro de seus estabelecimentos criando até áreas específicas para atendimento via motoboy. As cozinhas compartilhadas (dark kitchens) também se expandiram, melhorando a eficiência do preparo do alimento e da entrega em pontos estratégicos das cidades.
A pandemia trouxe um forte apelo emocional para o marketing e passamos a admirar, ainda mais, as histórias das pessoas. O famoso storytelling nunca fez tanto sentido. No ano de 2022, assistiremos a um marketing cada vez mais voltado às pessoas. Produtos e serviços mais flexíveis colocarão novas soluções no mercado e deixarão de lado as marcas mais tradicionais.
A partir do novo movimento dos nômades digitais em espaços híbridos de trabalho e estudo, a palavra da vez será "conveniência". Tudo precisa ficar mais fácil e acessível. Tanto os canais de venda (destaque ainda para o Whatsapp) quanto as soluções de problemas.
O conceito ‘Jobs to be Done’ vai ganhar novamente destaque. "Todo produto presta um serviço ao cliente." Resolver o job é resolver o problema do cliente. A solução estará cada vez mais enviesada, ou seja, atravessada por outras soluções.
Não basta apenas vender um determinado produto ao cliente; é preciso também oferecer uma lista de parceiros estratégicos para entregar um real valor ou ajudar o cliente a resolver o problema de forma imediata. É como você comprar um terreno e receber a conexão com todos os prestadores de serviço que podem ser úteis naquele momento. Empresas dos mais diversos setores precisarão fazer parcerias e oferecer um portfólio maior de soluções. Ser conveniente é solucionar os problemas do cliente.
Outro destaque para 2022 é o significativo crescimento nas interações entre dispositivos conectados. Dados da Martech, de 2019, mostram que foram vendidos globalmente 200 milhões de dispositivos de auto-falantes inteligentes, como Alexia e Google Home.
Mas o que isso muda no marketing? Estamos vivendo ainda um ‘oceano azul’ de oportunidades com esses novos gadgets. Compras cada vez mais automáticas e transparentes passam a ocorrer utilizando a voz. Escolas e universidades podem aproveitar esse dispositivo para construir conhecimento, chancelando o nome da instituição.
Outro destaque vem do varejo digital. O live shopping vai crescer enormemente no Brasil, exatamente pela conveniência que citei acima. É mais prático, fácil e rápido comprar um produto enquanto a vendedora mostra, em tempo real, o produto. Navegar em sites, preencher longos cadastros e formulários deixa de ser interessante, a partir do momento que ganhamos eficiência em processos mais práticos e rápidos.
Um ótimo exemplo para ilustrar isso é o novo meio de pagamento PIX. Ele é hoje, segundo o site Valor Econômico, o segundo meio de pagamento mais utilizado no Brasil. Por que uma tecnologia tão nova ganha tamanha aderência? Exatamente pela sua simplicidade e conveniência. Não há a necessidade de preencher dados bancários e nem esperar horas até que o crédito entre em conta-corrente. A transação é rápida e fácil. Bem diferente dos TEDs e DOCs.
Um produto para chamar de seu
No próximo ano, também vamos consumir marcas que conseguem customizar nossos pedidos. Serão cada vez mais comuns produtos desenhados e adaptados às nossas realidades. Em um mundo plural, no qual as pessoas desempenham diversos papéis sociais, estaremos buscando marcas que conseguem atender nosso modo de consumo e adaptar seus produtos e serviços.
Ainda é muito comum marcas darem poucas opções ou alternativas aos clientes, com o receio de perderem dinheiro e dispêndio de tempo com apenas um cliente. Mas o pensamento precisa ser outro. É exatamente por essa capacidade de personalização que as empresas passam a conquistar o coração dos clientes.
Produtos como bolos, cafés, camisetas, presentes de modo geral e serviços, como festas de casamento e viagens serão ainda mais customizados. Há um evidente desgaste do modelo de frases prontas e coisas pré-estabelecidas. Há um sensível crescimento de empresas - muitas gráficas rápidas - que estão oferecendo produtos customizáveis. A impressão 3D também aponta para esse caminho.
O mercado de produtos veganos, ecológicos, sem glúten, sem lactose, sem parabenos e cruelty free vão dominar o cenário a partir de 2022, que deve se consolidar em cinco anos. Novas marcas vão surgir e marcas antigas devem se adaptar a essa realidade.
Com a possibilidade do trabalho e estudo remotos, um contingente enorme de pessoas passou a conviver em outras cidades; muitas trabalham para empresas estrangeiras e simplesmente abrem seus computadores de frente para a praia nos horários estabelecidos pela empresa.
Essa mudança de cenário - longe da aglutinação de pessoas em escritórios - muda o nosso modo de ver as coisas. Isso abre a mente para novas experiências e uma delas é a experiência alimentar. Deixamos de comer no self-service perto do escritório e passamos a produzir nosso próprio alimento.
Em 2022, vamos buscar experiências, seja em salas aulas, congressos, cursos, restaurantes ou nos próprios espaços virtuais. O metaverso - uma espécie de Second Live turbinado - será exatamente isso. Ambientes de interação gamificados e experiências novas em lugares virtuais e reais.
O próximo ano será o início da década da experiência sensorial em que marcas, pessoas, produtos, espaços híbridos e tecnologia se misturam, gerando sensações e percepções espetaculares jamais vistas. Pronto para viver o novo?
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