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Polo aeronáutico de Aparecida irá impulsionar transporte de cargas fracionadas na região Centro-Oeste

Agilidade e segurança são as principais vantagens do modal aéreo de carga fracionada. Antares oferecerá infraestrutura completa para modalidade, que é usualmente utilizada no transporte de mercadorias frágeis, urgentes e/ou com alto valor agregado

25/02/2021 às 12h07 Atualizada em 25/02/2021 às 12h20
Por: Redação
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Divulgação
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Segundo levantamento da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), as rodovias respondem por mais de 63% do transporte de cargas no Brasil. No entanto, apesar de o país possuir mais de 1,7 milhão de quilômetros de rodovias, são 1,3 milhão não-pavimentados, 157 mil planejados e somente 213 pavimentados, o que aponta para sua sobrecarga e necessidade de melhorias. 

Além de retratar o quão desfavorecido é o modal rodoviário, os números demonstram a necessidade de se investir em alternativas para o transporte de cargas no Brasil. É o que acredita o piloto de linha aérea Eumar Lopes. “Essa baixa qualidade da malha viária não favorece a necessidade logística de um país com dimensão continental. Isso também destaca a necessidade de uma rede aeroportuária maior e infraestrutura para atender a recente e crescente demanda do transporte de cargas fracionadas ”, defende. 

Nesse contexto está o transporte de cargas fracionadas, que consiste justamente em realizar pequenas e médias entregas, por meio do agrupamento de diversos tipos de mercadorias, geralmente de diferentes remetentes e para diferentes destinatários, em um único meio de transporte. É uma alternativa para as empresas que não possuem quantidades suficientes de itens para ocupar a capacidade total de um veículo, por exemplo. 

Osvaldo Zilli, que é empresário do setor de logística, acredita que o e-commerce é um dos fatores que tem favorecido o cenário de cargas fracionadas no país. “Tanto o mercado de fracionadas, quanto o e-commerce estão em expansão. Muitas compras são feitas via internet e alguém tem que transportar e fazer a entrega. Acredito que esta demanda vai aumentar”, declara.

Ele, que é proprietário da Transzilli Expresso e Logística - empresa com 30 anos de experiência no transporte de cargas -  ainda destaca o fato de grande parte das empresas do Brasil serem de pequeno porte e, muitas vezes, apresentarem limitações de armazenamento e de caixa. “Se o cliente não tem condições de armazenar ou até mesmo possui dificuldades em comprar uma carga fechada de R$ 200 mil, ele tem a opção de comprar uma de R$ 1 mil, dentro da sua condição”, exemplifica. 

No modal aéreo, o serviço de transporte de cargas fracionadas é  também uma opção para itens com alto valor agregado e/ou urgência na entrega, tais como medicamentos, insumos hospitalares, produtos perecíveis, equipamentos eletrônicos, joias, documentos importantes e peças de reposição para linhas de produção.

Entre as vantagens da modalidade de transporte aéreo fracionado, o piloto Eumar Lopes ressalta a agilidade que proporciona, o que o diferencia dos outros modais, como o rodoviário, ferroviário ou até marítimo. Além disso, tem um nível de segurança maior e a possibilidade de atender os pequenos centros, já que as empresas que operam esses voos compartilhados de passageiros e cargas fracionadas geralmente utilizam os aeroportos localizados nas grandes capitais ou em cidades de maior porte. 

Solução em Goiás

Para atender a essa demanda e ampliar toda a infraestrutura aeroportuária do Centro-Oeste, foi lançado o primeiro pólo aeroportuário do Centro-Oeste, o Antares Polo Aeronáutico, que será construído em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana de Goiânia. O polo abrangerá uma área de 209 hectares, ou 2,096 milhões de m² e terá pista para pouso e decolagem de 1,8 mil metros, terminal de embarque e desembarque, central de abastecimento, pista de acesso aos hangares (taxiway), Fixed Base Operator (FBO) completo para assistência aos proprietários de aeronaves, estacionamento para visitantes e área destinada para helicentro e demais atividades ligadas à aviação.

Eumar também compartilha da opinião de que as cargas fracionadas são um nicho de mercado carente, mas em expansão. Então, em sua visão, a criação de um novo aeródromo, com toda infraestrutura necessária, próximo das capitais goiana e federal, servida por vários modais, como BR-153, Porto Seco de Anápolis, as ferrovias Norte-Sul e Centro-Atlântica, vai fomentar a atividade de transporte de cargas fracionadas na região Centro-Oeste e até em outras regiões. 

“Vejo o Antares como aeródromo base de pequenas e médias aeronaves para, de lá, voarem para as cidades menores da região Centro-Oeste. Essas aeronaves poderão transportar passageiros e cargas fracionadas, nos moldes que as grandes hoje fazem”, detalha.  O empreendimento, que será erguido na área ao lado do Câmpus Aparecida de Goiânia (CAP) da UFG (Universidade Federal de Goiás), é capitaneado pelo grupo empreendedor formado pelas  empresas goianas Tropical Urbanismo e Incorporação, Innovar Urbanismo, RC Bastos Participações, CMC Industrial e Energia e BCI Empreendimentos e Participações. 

Segundo o último Anuário de Transporte Aéreo da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) de 2018, a carga aérea aumentou em 60% na região Centro-Oeste, chegando a 1404 toneladas em 2018. Já o Anuário Estatístico Operacional da Infraero mostra Goiás como o 7º aeroporto com maior movimentação de cargas - quase 15 mil toneladas. Para o empresário e diretor comercial do Antares, Rodrigo Neiva, os números apontam para o desenvolvimento do Estado, que tem uma forte vocação logística por sua posição geográfica.

“O Antares chega para dar vazão a essa necessidade crescente de deslocamentos rápidos na aviação executiva e para dar suporte aeronáutico aos voos domésticos e transporte de cargas. Será um facilitador para as cargas fracionadas, já que será possível, por exemplo, ter um centro de distribuição dentro do aeroporto. Entraremos com a infraestrutura pronta, pista e sítio aeroportuário, para que seja possível montar um hangar, um galpão e trabalhar essa logística”, relata Rodrigo Neiva.

O empresário Osvaldo Zilli acredita, inclusive, que esta infraestrutura, associada à demanda de produtos, pode incentivar transportadoras a investirem em aviões. Isso com o objetivo de ampliar a oferta dos seus serviços também para o modal aéreo.

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Marcos J. T. Oliveira
Sobre o blog/coluna
é jornalista especializado em turismo; Profissional de Marketing e Gestor Cultural. Graduado pela Universidade Católica de Petrópolis e pós-graduado pela Universidad Santo Tomas, Colômbia. Colaborou com as revistas Eventos, Checkin, HotelariaSP e os jornais Diário do Turismo, Panrotas, Estadão entre outros. É diretor da agência Redescobrindo Ideias & Eventos, assessor de imprensa de Curaçao para o Brasil e diretor de marketing na Câmara Belgo-Luxemburguesa.
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